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Direito comercial

20/02/2017

por Juliano Cardoso Schaefer Martins

 

As empresas quando idealizadas por seus fundadores, em regra, são concebidas para terem duração por prazo indeterminado. Os empresários colocam ali todo seu esforço, com a reunião e conjugação de dois importantes fatores: a colaboração e o risco dos negócios. Ao prosperarem, inequivocamente deixam seu legado que não se reflete somente no aspecto patrimonial, tange bens imateriais e especialmente históricos daqueles que contribuíram para o desenvolvimento da sociedade empresária.

Contudo, a continuidade desta herança empresarial é um dos maiores desafios enfrentados pelos empresários, ademais, quando se trata de empresa familiar. Estaticamente, no Brasil, a idade média de vida de uma empresa familiar é de aproximadamente 8,7 anos. Sabe-se que menos de 25% atinge a idade de 14 anos e somente 1% alcançará mais de 70 anos de vida. Como se vê há um pequeno número de empresas que demostram competência de se perpetuar pelas mãos dos herdeiros. Decorre deste ponto, a necessidade do(a) empresário(a) saber o momento correto de transferir seu Know How (dito conhecimento e práticas empresariais) para alguém da família ou para um terceiro estranho a estes laços. Há que se preparar a empresa e seus potenciais sucessores, em especial quando se tratar de um herdeiro, tudo para que venha da melhor forma manter o legado deixado e claro, modernizá-la diante das mais diversas variáveis e do competitivo mercado. A legitimação de um herdeiro passa por longa jornada e também pelo reconhecimento dos seus familiares. A troca de comando decorre da observância do papel que cada indivíduo tem e terá em todo o processo, ajustando-se as adversidades com equilíbrio e proporcionalidade, devidamente compartilhadas com o conjunto de fatores que formam a empresa, sempre almejando a consolidação dos valores humanos dos seus antecessores. Esta transição é um processo complexo e normalmente sensível a todos os abrangidos por ela.

Assim, sob supervisão de profissionais independentes e autônomos, deixando-se de lado as cargas emocionais dos abrangidos pelo processo, tem-se que a realização de planejamento empresarial e sucessório seja um dos mais importantes fatores de sucesso para a dita transição e para prosperidade do legado deixado pela empresa familiar.
 

 

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